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Polícia Militar ataca mendigos no centro de São Paulo

No último dia 3 de julho, durante uma ação da Guarda Civil Metropolitana na Avenida São João com a Avenida Angélica, no Minhocão, caminhões confiscaram todos os pertences dos moradores de rua, que reagiram com palavrões e insultos contra os agentes. Em resposta, a GCM utilizou armas para dispersar os mendigos, que exigia a devolução de seus bens.

Entre dezembro de 2012 e dezembro de 2023, o número de pessoas que vivem nas ruas da capital São Paulo aumentou 16,8 vezes, passando de 3.842 para 64.818. Apesar do aumento, a prefeitura perdeu, no ano passado, cerca de R$7 milhões em repasses do governo federal por deixar de atualizar devidamente a base de dados.

A polícia foi questionada sobre o ocorrido, mas não se pronunciou sobre a ação, considerada criminosa e covarde contra pessoas já em extrema vulnerabilidade nas ruas de São Paulo. Essas ações de “limpeza” ocorrem de forma cruel e sistemática, com a GCM e a PM usando armas de fogo para aterrorizar a população sem-teto, esmagada pela miséria absoluta e indefesa.

Segundo informações do jornal O Globo, a menos de cinco meses das eleições, prefeituras de diferentes regiões estão sendo acusadas de transferir moradores de rua para outros municípios. A frequência da prática gera preocupação entre autoridades, especialmente diante de um aumento de mais de 1.000% no número de pessoas em situação de rua cadastradas no CadÚnico na última década. Segundo dados do Observatório Brasileiro de Políticas Públicas com a População em Situação de Rua (OBPopRua/POLOS-UFMG), o número saltou de 22,9 mil em 2013 para 261,6 mil no ano passado. Em fevereiro deste ano, foi registrado um recorde: 271.641 pessoas.

Na capital paulista, o número de pessoas em situação de rua equivale a 31.884, de acordo com o último censo de 2021. Esse número é maior do que a população total de 89% dos municípios brasileiros.