Todo sábado, por meio de sua conta oficial no X (antigo Twitter), o Partido da Causa Operária (PCO) realiza uma cobertura ao vivo da Análise Política da Semana. Programa mais tradicional da esquerda brasileira, a Análise Política da Semana é apresentada por Rui Costa Pimenta, presidente nacional do PCO, e transmitida pela Causa Operária TV (COTV). Abaixo, você confere alguns destaques do programa dessa semana:
“Esse pacote é só o início do sofrimento e da desbarrancada do governo do PT. Para comprovar o que estamos dizendo, o ataque especulativo fez o dólar chegar à 6,10.
Esse é o terceiro ataque especulativo que o governo sofre. Em todos os ataques, o governo abaixou a cabeça diante dos banqueiros. Agora os banqueiros tem plena consciência, quando o governo decidiu fazer cortes na população pobre, de que o governo é um completo refém dos banqueiros.
Quando o ataque especulativo chegou a 6,10, que ainda pode aumentar, Haddad foi e se reuniu com os banqueiros, que são os donos do país, e disse que esse pacote não é a última palavra em termos de cortes não, falando que dentro de 2 ou 3 meses pode-se fazer ainda mais cortes. Quer dizer, no melhor dos cenários, ja capitulou totalmente diante da pressão dos banqueiros.
Aonde nós vamos parar com isso?”
“A Auditoria Cidadã Pública diz o seguinte: boa parte da dívida pública é fraudada pelos banqueiros, por isso pendem a auditoria cidadã da dívida pública.
Ou seja, você tira do pobre coitado o dinheiro e dá para os ricassos, os banqueiros, que são fraudadores de verdade. Que não fraudam a divida pública para comprar um prato de comida para o filho. Esses são os verdadeiros criminosos.”
“Vamos simplificar o pacote: em cinco anos, o governo retirará da população pobre e trabalhadora quase 400 bilhões e dará nas mãos dos banqueiros. É isso.
Podem discutir que não é, buscar explicações mirabolantes para justificar essa política de tirar do pobre e dar ao rico, mas não há explicação diferente disso. É a política do rei que atuava na época do Robin Hood: aumentava os impostos do pobre para dar à nobreza. É isso. Não adianta vir com a história de que não há corte.
Aproximadamente 400 bilhões para os banqueiros e ponto final. É uma política de ataque à população pobre e trabalhadora. Não adianta falar que Lula fez A, B e C, porque o pacote é um ataque aos trabalhadores. Temos a questão do Bolsa Família e do BPC, que é uma espécie de aposentadoria para pessoas inválidas ou que não tiveram condição de se aposentar, de um salário mínimo, e o plano Haddad colocará em prática uma política de pressão sobre esse setor.”
“O imperialismo organizou um exército de mercenários, invadiu a Síria, atacou a importante cidade de Alepo e está promovendo combates.
Alguns setores da imprensa que se opõe ao imperialismo diz que foram terroristas, mas que na prática são mercenários porque não querem colocar seus próprios exércitos para invadirem a Síria.
O propósito da invasão imperialista da Síria é muito claro: o país de Assad, aliado do Irã e do Hesbolá, é uma porta de entrada de suprimentos para o Libano. É uma tentativa de criar uma crise, que acabaria por envolver forças militares do Hesbolá, e bloquear a rota de suprimentos para o Líbano.
Esse acontecimento da Síria mostra como a política de vários setores da esquerda brasileira e até internacional é pró-imperialista e reacionária, porque esses setores dizem que é preciso derrubar o governo de Bashar Al-Assad, sendo que, se Assad for derrubado, assumirá um títere do imperialismo. É impossível ter outra opinião. O imperialismo norte-americano já controla parte da Síria, estabelecendo bases e roubando o petróleo sírio, então é uma luta em que se tem que prestar muita atenção no que está acontecendo.”
“O STF mais uma vez aparece usurpando o poder do congresso de legislar. Já vi juristas ligados ao PT falando que tem que legislar mesmo e, sinceramente, não sei de onde tiraram essa ideia.
O papel de legislação é do Congresso. Se não legislou, não legislou. Pode pressionar o Congresso para que aprove uma lei ou cancele outra, mas assumir o papel do Congresso porque você acha que a atividade do Congresso não é boa não faz o menor sentido.
Essa medida não foi aprovada pelo Congresso mas não porque ele esqueceu, mas porque há uma oposição. O que o STF está fazendo é passar por cima do Congresso para aprovar uma proposta que não seria aprovada pelo Congresso Nacional.”
“Em um setor da esquerda, vigora a ideia de que você não pode falar qualquer coisa. Tem que ter uma patrulha, uma polícia de opinião política, porque se essa opinião não for do agrado de sabe-se lá quem…
Até porque é outro problema da censura. Se você fala de censura, tem que falar de quem é o censor. Aqui no Brasil, não é Lênin que está no poder, e no fim não é nem do Lula ou do PT. É da burguesia. A burguesia adquirirá um poder de censurar.
As redes sociais, na sua maioria, estão sob controle inclusive da CIA e o pessoal acha bom isso. Acha que é uma contribuição para o desenvolvimento da democracia e eu, sinceramente, não consigo imaginar como as pessoas conseguem pensar isso.”
“O STF está para votar um pedido para modificar a cláusula do Marco Civil da Internet, que diz que as plataformas não são responsáveis por aquilo que é postada nelas. Quer dizer, o cidadão vai lá e fala alguma coisa, obviamente a rede social não tem a ver com isso. Tem rede social que chega a ter um bilhão de pessoas, imagina se tiverem que autorizar o que é falado por um bilhão?
Se o STF, através de uma decisão monocrática do Toffoli, legislar que essa cláusula não está valendo, isso criará uma situação dramática. Por exemplo: estamos aqui, fazendo uma transmissão ao vivo sobre questões políticas, e muitas dessas questões são polêmicas. Se houver uma pressão de vários setores contra o que estamos falando, seremos ameaçados de processo às redes sociais. No fim, haverá apenas pessoas nas redes falando um pouco de futebol, falando de receita de bolo de chocolate e de bonequinho de origami. O resto, político, será totalmente banido. Todos os perfis polêmicos serão simplesmente cortados das redes.
É uma ilegalidade por vários motivos, em primeiro lugar, porque dá as redes sociais o poder de censura.”