O governo do Rio de Janeiro promoveu a maior chacina da história do País desde o fim da Ditadura Militar. Mais de 135 pessoas assassinadas, corpos jogados no meio do mato, mulheres espancadas, idosos humilhados, crianças apavoradas, casas destruídas pelas balas, pessoas decapitadas e a comunidade toda aterrorizada… Atiraram em tudo que se mexia e nem mesmo os cachorros se safaram.
Dentre os mortos, até agora identificados, apenas 15 seriam alvos da operação. A esmagadora maioria dos mortos foi o resultado da extrema violência da operação policial. Quase metade das vítimas sequer tinha passagem pela polícia, e a maioria não tinha histórico de violência. A versão de que mataram criminosos perigosos é uma completa mentira. Os alegados chefes do tráfico não foram sequer presos. Como denunciou um deputado de direita, “mataram os piabinhas”. Dizem que isso é heroísmo!
A própria Secretaria de Segurança revelou, que o massacre foi premeditado, empurraram as pessoas, que fugiam para a mata em busca de refúgio, para aquilo que chamaram de Paredão do BOPE, onde as pessoas foram simplesmente fuziladas. Muitos se renderam e foram executadas.
O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, chamou o massacre de “sucesso”. Outros políticos, como Eduardo Paes (PSD), Tarcísio de Freitas (SP), Romeu Zema (MG) e Ronaldo Caiado (GO), logo saíram em defesa do macabro banho de sangue.
UMA POLÍTICA DE GUERRA CONTRA O POVO
A operação nos complexos do Alemão e da Penha foi justificada como “combate ao tráfico”. Mas essa “luta contra o crime” é uma farsa: serve para aumentar a repressão sobre a população pobre e — muito provavelmente — para reorganizar o controle do mercado ilegal em favor das milícias notoriamente compostas por policiais e ex-policiais, acusadas muitas vezes de ligações com as autoridades públicas. Na realidade, é uma guerra do Estado contra o povo — e uma guerra que envolve facções do próprio aparato criminoso dentro do Estado.
A QUEM INTERESSA A CARNIFICINA?
O governo do Rio de Janeiro chegou ao ponto de enviar relatórios aos Estados Unidos, tentando classificar o Comando Vermelho como “organização terrorista” para obter apoio da política de guerra de Donald Trump. Essa cooperação com Washington é a confissão: o Rio de Janeiro virou laboratório da repressão imperialista na América Latina. À semelhança disso, o governo dos EUA vem bombardeando navios no Caribe com o pretexto de “combater o tráfico de drogas”. E agora, ameaça bombardear a Venezuela com a mesma desculpa. Querem derrubar o governo e colocar uma ditadura controlada por Washington no lugar. Dizem estar atirando em traficantes, mas, na verdade, estão atirando em trabalhadores. Essa mesma política de “combate ao tráfico” é usada pelos EUA na Colômbia, na Venezuela, no México e em toda a região para controlar a situação política nesses países: militarizar, implantar ditaduras, matar e dominar populações inteiras.
A POLÍCIA E O GOVERNO FORA DA LEI
A Lei brasileira não permite que a polícia atue como um esquadrão da morte. Execuções policiais, seja de quem for, é um crime contra toda população brasileira. Se tolerarmos esta brutal política repressiva em nome do combate ao crime ou do que for, seremos todos vítimas da ditadura policial criminosa e assassina.
A pretexto de combater o crime, o Estado comete o maior crime de todos que é o de jogar na lata do lixo a Lei a qual supostamente foram empregados para defender.
Isto não é combate ao crime, a polícia matou pessoas que eles nem sabiam quem eram. Nenhum dos mortos identificados estava na denúncia que serviu de base à operação, a maioria sequer era citada nos mandados. Uma das vítimas tinha 14 anos.
É a ditadura impiedosa e cruel contra os mais pobres e oprimidos. Os criminosos ricos, e eles são muitos, não vão para a cadeia. A polícia não entra nos bairros nobres atirando para todos os lados. O espetáculo de dezenas de corpos estendidos em praça pública é reservado apenas para os mais pobres.
A polícia não está acima da Lei, o governo não está acima da Lei. A chacina da Penha e do Alemão tem que ser minuciosamente investigada, e os responsáveis punidos de acordo com a lei.
ABAIXO A REPRESSÃO POLICIAL
A polícia não defende o povo — é o inimigo do povo, um instrumento do Estado dos ricos e poderosos contra os trabalhadores. Criada para proteger os ricos, ela é a herdeira direta da ditadura. Enquanto existir a polícia, haverá massacres. Os policiais são completamente alheios às comunidades e favelas que eles invadem. Não se preocupam com inúmeros inocentes que vão morrer, ter suas casas destruídas, seus filhos assassinados, suas vidas arruinadas etc. Para combater isso, é preciso defender o armamento completo e total do povo e que as polícias sejam eleitas nos bairros, compostas por moradores dos próprios bairros, com mandatos revogáveis a qualquer momento. A população tem o direito de controlar aqueles responsáveis pela sua segurança.
Fora Cláudio Castro!
Investigação cabal e prisão pelos responsáveis da chacina!
Fim da PM e de todo aparato repressivo!
Formação de comitês de autodefesa dos trabalhadores!
Pelo armamento do povo!
Por um governo dos trabalhadores!