A liberdade de expressão é a base dos demais direitos democráticos, estabelecidos a partir das revoluções burguesas. Afinal, sem a possibilidade de expressão, não se é possível, portanto, sequer elaborar uma ideia. Não faz muito tempo, inclusive, que esse termo se chamava “liberdade de pensamento”.
Sem o direito à expressão, não existe direito à livre organização, pois toda organização teria um objetivo e, portanto, algo a expressar. Sem poder se expressar, também não se pode protestar. Com isso, vai junto o direito de protesto. A liberdade de imprensa, naturalmente, junto ao direito à informação, não existe sem a liberdade de expressão.
Como fica claro, a supressão da liberdade de expressão é a supressão de todas as liberdades democráticas.
A partir de uma campanha movida pelo imperialismo, tem se espalhado a ideia, inclusive dentro da esquerda, de que a liberdade de expressão não pode ser total. No entanto, quem determina onde termina a restrição à expressão? Da proibição ao racismo, à proibição à ofensa. E dessa, à proibição à crítica política. Cenário hoje em vigor no Brasil, ainda que parcialmente.
A censura, forma correta de tratar a limitação da liberdade de expressão, é uma política contra os trabalhadores, contra os explorados, que só pode ser levada adiante por quem detém o poder, a burguesia, o imperialismo.
Hoje, a campanha em defesa da Palestina é censurada sob o argumento do “antissemitismo”. Um genocídio em curso é justificado sob uma dita discriminação, utilizada para impedir a tomada de posição política a favor dos explorados.
Assim, é preciso ter claro: a liberdade de expressão existe ou não existe. Ou é absoluta, ou não é um direito real.