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Conheça aqui a posição do PCO sobre os mais diversos temas políticos e sociais

Aborto

A maternidade constitui um elemento fundamental da condição da mulher na sociedade. Sua opressão está diretamente ligada à escravidão doméstica, que não é só um problema cultural, diz respeito ao fato de que, em uma sociedade onde os afazeres domésticos, o cuidado, é uma obrigação da mulher, a maternidade aparece como um fardo, uma prisão. Quando deveria ser uma escolha amorosa, com apoio da sociedade em todos os aspectos.

A maternidade não pode ser imposta, a decisão sobre a conveniência ou não de levar adiante uma gestação deve ser da mulher. A Igreja, as religiões têm liberdade para orientar os seus fiéis, mas o Estado é laico e as leis não podem ser conduzidas pela moral ou preceitos religiosos.

Além disso, a proibição do aborto não impede a prática. A Pesquisa Nacional de Aborto (PNA) publicada em 2021 indica que uma em cada sete brasileiras fez pelo menos um aborto. Entre elas, 81% professam alguma religião, sendo que mais de 70% delas são cristãs; e 67% já eram mães quando tiveram uma gestação indesejada e decidiram pelo aborto.

A hipocrisia dos que pregam contra esse direito se dá em vários níveis, às vezes é o padre ou o pastor, ou o homem casado que, diante de uma gestação inesperada, esquece o pecado e o crime. Mas isso é cruel com uma camada específica da população, que, sem meios para recorrer a uma clínica particular ou a uma viagem internacional a um país onde o aborto é legal, se arrisca com medicamento comprado no “mercado negro”. Ou até se fere, se mutila e, muitas vezes, morre. Neste sentido, o debate sobre a “defesa da vida” é outra face cruel da política direita contra as mulheres.

A mulher que decide interromper a gestação, seja por qual motivo for, vai procurar os meios de fazê-lo. Ainda que corra riscos. Não por acaso o aborto em condições inseguras é a quarta causa de morte materna no Brasil, fazendo com que seja, além de uma questão democrática, um direito da mulher, um problema de saúde pública.

O PCO e o Coletivo de Mulheres Rosa Luxemburgo defendem, por um lado, a legalização do aborto realizado pela rede pública de saúde, como um direito democrático das mulheres, fundamental para a sua emancipação. Por outro lado, defende o pleno atendimento e atenção às que decidirem ser mães, com direitos garantidos e apoio necessário, como licença-maternidade e amamentação, acesso pleno à saúde, creche, igualdade salarial e de oportunidades, socialização do trabalho doméstico com a criação de lavanderias e restaurantes públicos etc.

Alistamento militar

O PCO defende que o alistamento militar deva ser obrigatório tanto para homens, quanto para mulheres. Dessa maneira, a população pode aprender a se defender e a utilizar armas, algo essencial não só para defender o Brasil de eventual invasão imperialista, como também para fazer frente à verdadeira máquina de matar que é a polícia.

Com a obrigatoriedade universal do alistamento militar, as Forças Armadas se tornam um espaço com maior participação popular. Ao lado dessa reivindicação, portanto, está a de que os comandantes devem ser eleitos pela própria tropa, algo mais democrático na medida em que uma parcela maior da população participa deste processo.

Além disso, o PCO defende que os militares devem ter direito à greve e de se sindicalizar, em outras palavras, ter os mesmos direitos que qualquer cidadão. Com todas essas medidas, seria muito mais difícil à burguesia consolidar uma burocracia que impõe uma ditadura contra as baixas patentes, tornando, assim, as Forças Armadas mais democráticas e mais representativas da vontade do povo brasileiro.

Armamento

O Partido da Causa Operária (PCO), conforme manda a tradição revolucionária e mesmo a democrática, defende o armamento de toda a população trabalhadora. E isso por uma razão muito simples: qualquer direito – social, econômico, político ou democrático – só pode ser defendido de um ataque se existirem os meios respectivos para tal defesa.

Um direito que não pode ser defendido às últimas consequências não é direito, ele só existe na lei, e, na realidade, é atropelado a cada ação do Estado, a cada ação da burguesia. Nesse sentido, estar armado é um dos primeiros passos para evitar que a burguesia retire direitos do povo.

A burguesia, apesar de toda a propaganda que existe, já está ela mesma armada faz muito tempo, talvez desde sempre. Os patrões, os empresários, os capitalistas, os latifundiários, todos já estão armados, e exercem sua violência direta ou indiretamente, como é o caso da Polícia Militar (e outras polícias), que faz a segurança dos ricos do Brasil.

Tudo isso, na realidade, denuncia que todo o falatório em armar ou não as pessoas é uma discussão sobre armar ou não o trabalhador, o único desarmado no cenário todo.

Bandeirantismo

Para o Partido da Causa Operária (PCO), o bandeirantismo foi um fator de progresso. Por progresso, estamos falando do ponto de vista do marxismo, isto é, do desenvolvimento das forças produtivas. O bandeirantismo foi um período importante da história do Brasil por causa de sua contribuição para a expansão territorial e econômica do País.

As expedições bandeirantes permitiram explorar e desbravar vastas regiões do território brasileiro. Essas expedições abriram caminho para a ocupação e o desenvolvimento de novas áreas, contribuindo para a expansão territorial do Brasil, o maior país da América Latina e o quinto maior país do mundo.

Foram os bandeirantes que fizeram o Brasil se tornar um gigante mundial, com a ocupação de territórios fora da área controlada pelo Império de Portugal. Com esse tamanho, o Brasil se tornou um dos países atrasados mais importantes do mundo – um empecilho gigantesco para o imperialismo mundial.

Ademais, os bandeirantes eram exploradores em busca de riquezas naturais, como ouro, prata e pedras preciosas. Suas atividades contribuíram para a economia do Brasil na época, gerando recursos que foram importantes para o desenvolvimento do País, iniciando o Ciclo do Ouro, no século XVIII, permitindo o crescimento de uma atividade industrial importante em solo nacional.

Ainda, os bandeirantes ajudaram a construir a identidade nacional brasileira, sendo aventureiros que fazem parte fundamental da formação do Brasil enquanto um gigante mundial.

Em resumo, o PCO acha positivo o bandeirantismo, ressaltando o papel dos bandeirantes na expansão territorial, no desenvolvimento econômico e na formação da identidade nacional brasileira. Eles podem ser vistos como heróis que desbravaram o País e contribuíram para seu crescimento.

Casamento homossexual

O PCO defende os direitos dos homossexuais, incluindo o casamento. Impedir isso é, em primeiro lugar, um ataque aos direitos democráticos da população e uma maneira que o Estado burguês possui de aumentar sua opressão sobre o povo.

Por uma questão de princípios políticos, o Partido não é favorável ao Estado ter o poder de arbitrariamente decidir quem pode ou não se casar – um direito individual de cada cidadão.

A restrição do casamento aos homossexuais é uma política da direita para restringir os direitos da população de modo geral. Todos têm que ter o direito de fazer o que quiserem com suas vidas no âmbito pessoal, não podendo o Estado burguês ditar, com bases morais, o que deveria ser feito por cada um.

Há uma diferença entre a posição do PCO com o que os setores da esquerda pequeno-burguesa que reivindicam o identitarismo defendem. O identitarismo leva o debate que, em primeira ordem, é sobre direitos democráticos, para um campo no qual não só não é relevante politicamente, como, em grande medida, sequer é real.

O casamento é uma reivindicação democrática usurpada pelos identitários para sua política demagógica. Até porque o identitarismo não defende e, pelo contrário, ataca os direitos democráticos da população, principalmente o direito à liberdade de expressão.

Cláusula de barreira

O Partido da Causa Operária (PCO) entende que a cláusula de barreira é uma regra antidemocrática, pois impede os partidos pequenos de divulgarem seu programa político para todo o povo brasileiro, assim como de ter acesso aos recursos do fundo partidário. 

É necessário gastar milhões de reais para eleger alguém. Assim, salvo exceções, partidos pequenos, que representam o povo trabalhador, a classe operária, não conseguirá eleger deputados. Afinal, os operários não têm dinheiro para financiar campanhas milionárias.

Assim, sem juntar milhões de reais para eleger deputados, os partidos pequenos ficam barrados pela cláusula de barreira e não podem divulgar seu programa na TV e na rádio, não podendo também usar os recursos do fundo partidário. Isto também impede o crescimento destes partidos.

A cláusula de barreira é uma regra para impedir que partidos operários, partidos do povo, consigam crescer, influenciar o regime político e mesmo eleger candidatos. Afinal, esses partidos dependem das organizações e do financiamento dos próprios trabalhadores. Através dessa medida, a burguesia tenta tutelar o povo brasileiro.

Por isso, o Partido da Causa Operária entende que é uma regra que viola os direitos democráticos do povo brasileiro e, portanto, deve ser revogada. Afinal, o povo e seus partidos não devem ser tutelados pelo Estado burguês.

O que é a cláusula de barreira?

É uma regra que impede partidos políticos pequenos de terem acesso gratuito à rádio, à televisão e também aos recursos do fundo partidário. A regra foi incluída na Constituição Federal em 2017, durante o governo golpista de Michel Temer, através da Emenda Constitucional nº 97, que incluiu o §3º do art. 17 na Constituição Federal (CF/88):

§3º Somente terão direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão, na forma da lei, os partidos políticos que alternativamente:

I – obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 3% (três por cento) dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação, com um mínimo de 2% (dois por cento) dos votos válidos em cada uma delas; ou

II – tiverem elegido pelo menos quinze Deputados Federais distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação.

Cotas eleitorais

Os partidos políticos são, perante a lei, pessoas jurídicas de direito privado. Somente seus membros podem decidir a respeito de suas regras, não cabendo ao Estado interferir na organização partidária. Tanto é assim que a Constituição Federal afirma que:

“É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna, organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha e o regime de suas coligações eleitorais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer normas de disciplina e fidelidade partidária.”

Através das cotas partidárias, o Estado interfere nos partidos em nome de uma suposta diversidade. Entretanto, as cotas partidárias não representam qualquer avanço na luta dos povos oprimidos, pois o problema das mulheres, dos negros etc. não pode ser resolvido por meio da dita “representatividade”, mas sim por meio de medidas concretas e, em primeiro lugar, econômicas.

Antes disso, tais cotas representam a ingerência do Judiciário na autonomia dos partidos. Uma forma que a burguesia tem de controlar cada vez mais o funcionamento partidário.

Dívida pública

Quase todo o dinheiro brasileiro vai para os investidores estrangeiros, os investidores do imperialismo. Mais do que a metade do orçamento de 2021, 56,65%, foi para as mãos dos empresários e banqueiros, os quais moram ou, se não moram, trabalham com os países estrangeiros que parasitam o orçamento brasileiro.

Enquanto grande parte da população brasileira sobrevive na miséria, passa fome, trilhões de reais suados, levantados pelo povo, vão direto para o bolso dos capitalistas estrangeiros. Trata-se de uma verdadeira transferência de renda do Brasil para o imperialismo, um assalto ao patrimônio brasileiro.

Pois bem, esse assalto, além de simplesmente ser um lucro gordo para o imperialismo, é pior. Com a falta desse dinheiro, o Brasil não consegue se desenvolver. É uma política para manter o Brasil, bem como todos os países atrasados, no atraso.

É, explicitamente, um parasitismo que coloca em risco o funcionamento ao Estado, é um atentado contra a soberania nacional de qualquer país. Porém, como o Brasil não é um país atrasado qualquer, mas um dos maiores e mais importantes, seu desenvolvimento é uma ameaça direta à manutenção do poder do imperialismo. 

Tal esquema vampírico e nefasto, defendido pela direita, nada mais é do que uma extorsão de todo o orçamento brasileiro, para que os banqueiros possam roubar nosso patrimônio e garantir que o Brasil não se desenvolva.

É preciso pôr um fim a esse ataque brutal contra nosso povo, é preciso lutar pela soberania nacional do Brasil e de todos os povos oprimidos e cancelar a dívida pública.

Drogas

A proibição do uso e da comercialização das drogas, levada adiante com pretextos morais, representa um grave ataque aos direitos da população. Serve, antes de qualquer coisa, como justificativa para jogar um número enorme de pessoas na prisão, principalmente jovens. É, nesse sentido, o principal motivo pelo tamanho do sistema carcerário brasileiro.

A chamada “guerra contra as drogas”, nesse sentido, serve para aumentar a repressão e fortalecer o aparato repressivo do Estado burguês. Por isso, e por entender que sua proibição é uma imposição autoritária do Estado contra a decisão do indivíduo sobre sua própria vida, o PCO defende a legalização de todas as drogas.

Ao mesmo tempo, o Partido é contra o uso de drogas, um reflexo da decadência que a crise no regime capitalista impõe sobre os oprimidos: em meio a tanta pobreza e miséria, não resta outra opção senão fugir de sua dura realidade. Essa realidade terrível, por sua vez, precisa ser enfrentada de maneira sóbria e decidida, algo que é extremamente prejudicado pelo consumo de drogas.

Educação

O acesso ao aprendizado da produção intelectual da humanidade, o saber científico, artístico, filosófico e humanístico é um direito fundamental de qualquer pessoa. O sistema de ensino público, como um dos meios de promover tal aprendizado, é, portanto, direito inalienável de cada um e dever do Estado. Contudo, no regime de opressão capitalista, o direito à educação é sistematicamente usurpado. 

De um lado, um ensino público para as grandes massas oprimidas, totalmente controlado pelo Estado de maneira ditatorial e que o sucateia e sabota sistematicamente para reduzir custos. Para a pequena-burguesia e para a burguesia, criou-se um ensino distinto, ensino privado.

A escola assim organizada, isto é, determinada pelos interesses da burguesia, serve muito aos propósitos de dominação da classe dominante e muito pouco às massas oprimidas. Entretanto, a luta pela substituição dos interesses da burguesia pelos dos estudantes e dos oprimidos como direção da escola toma um sentido democrático essencial. 

Por isso, defendemos um sistema único de ensino, sistema público gratuito e de qualidade para todos os níveis. Democracia nas escolas, gestão tripartite: estudantes, professores e funcionários e comunidade escolar, devem controlar as escolas e universidades. Investimento estatal de grande porte na infraestrutura e condições de trabalho, participação de estudantes, professores e comunidade escolar na escolha do currículo. Esses são elementos centrais da luta por uma educação que atenda minimamente os interesses da maioria do povo.

Fim da polícia

Uma das principais reivindicações defendidas pelo PCO, juntamente com o coletivo de negros João Cândido é a extinção completa de todo o aparato de repressão do Estado burguês, em especial, as polícias.

As polícias federal, rodoviária, estadual e, agora, também as municipais, são instrumentos claros de repressão da burguesia contra a população. Estes órgãos da burocracia estatal são um braço armado do Estado burguês contra a população. Armadas até os dentes, invadem os bairros pobres e favelas do País a pretexto de combate ao tráfico ou o que chamam de “crime organizado”, aterrorizando a classe operária brasileira.

Dentro dos bairros pobres, torturam, prendem e matam pessoas que nada tem a ver com o crime. O que alegam ser “confrontos” com bandidos, noticiados somente quando deixam um rastro de assassinatos, são praticamente todos desmentidos por testemunhas. São centenas de milhares de denúncias de que transeuntes e trabalhadores são alvos a luz do dia dos fuzis e metralhadoras desses cães de guarda do Estado.

É preciso colocar um fim à chacina perpetrada pela polícia. Contrariando a vontade da burguesia, a população deve exercer sua própria segurança. Cada vila, cada bairro, cada comunidade, cada local de trabalho, através do voto popular, devem escolher pessoas as quais serão responsáveis por fazer a segurança do local ou região. Isso é controlado e organizado pelo próprio povo por meio de comitês de autodefesa. O representante escolhido tem ligação direta com a população, conhece as pessoas do local, as identifica e toma decisões junto à comunidade.

Fim do Senado

O PCO considera que o regime político brasileiro, controlado pela burguesia, não é verdadeiramente democrático. Nesse sentido, todos os aspectos desse regime são para controlar e impedir que a classe operária possa lutar por seus direitos. Embora consideremos que a única forma de superar essa verdadeira ditadura da burguesia seja através de uma revolução proletária, também não nos abstemos de reivindicar medidas que possam tornar o regime mais democrático.

Nesse sentido, uma das bandeiras levantadas pelo Partido desde sua fundação é o fim do Senado e, consequentemente, o fim do regime legislativo bicameral. O que o PCO reivindica para o Brasil é que exista apenas a Câmara dos Deputados, muito mais democrática e representativa do que o Senado Federal.

Enquanto são eleitos 513 deputados, senadores são apenas 81. Quanto menor o grupo de pessoas, mais fácil para a burguesia controlá-los pela corrupção, chantagem e ameaças. Além disso, o Senado tem o poder de vetar tudo aquilo que for decidido pelos deputados, uma regra totalmente antidemocrática.

Os deputados, por serem mais numerosos, acabam sendo mais representativos dos interesses da população, por mais que essa representação acabe sendo distorcida pela corrupção que a burguesia pratica também contra os deputados. Nesse sentido, também defendemos que o número de deputados eleitos pela população deveria ser maior do que é atualmente.

Mesmo com essa reivindicação, o PCO sempre lança candidato ao Senado por ter o direito democrático de fazê-lo, e esse candidato sempre defende a luta do PCO pelo fim do Senado. É preciso tornar o Legislativo mais democrático e representativo dos interesses da população, além de mais passível de sofrer pressão dos trabalhadores.

Futebol

O PCO faz uma intensa campanha em defesa do futebol brasileiro. O partido entende que o futebol é um dos maiores patrimônios culturais do povo brasileiro. O esporte, tal como ele é jogado atualmente, com velocidade, dribles, gingas, é uma criação brasileira. O Brasil transformou um esporte relativamente estático, criado pelos europeus, em algo criativo, bonito e artístico.

Nesse sentido, Pelé, Garrincha, Nilton Santos, Zizinho, Leônidas da Silva, entre vários outros craques devem ser considerados como impulsionadores de um novo método, que revolucionou o futebol e o transformou no esporte mais popular do mundo. 

Foi a classe operária – principalmente negra – do Brasil que deu ao futebol seu caráter de massas. Não apenas pela revolução que promoveu na forma de se jogar futebol, como também no jeito em que se organizou para promover o esporte no País. Os clubes de futebol são, em sua maioria, resultado da organização militante do povo brasileiro para formar os primeiros clubes, criar os primeiros torneios, produzir os primeiros uniformes, construir os primeiros campos e os primeiros estádios.

Com a popularização do futebol ao redor do mundo, o esporte se tornou o principal centro de especulação capitalista no meio esportivo. O caráter parasitário do imperialismo também aparece no futebol. Os capitalistas buscam de todas as formas transformar um esporte legítimo da classe operária em mais uma forma de obter lucros exorbitantes. 

O Brasil, na condição de país capitalista oprimido, é alvo de um constante processo de sabotagem, que serve para manter o domínio do esporte pelo imperialismo. Por exemplo, o País do futebol, maior vencedor da Copa do Mundo, não pode simplesmente vencer a Copa, pois isso não atende os interesses dos capitalistas ingleses, franceses, alemães, entre outros.

A vitória de uma seleção europeia, por outro lado, envolve o estímulo do mercado interno da Europa, além de fatores políticos para os países europeus. Precisam, então, conter o melhor futebol do mundo. A política imperialista contra o futebol nacional é ainda mais agressiva no período que vivemos, justamente pela profunda crise do imperialismo mundial.

O PCO, desta forma, se coloca na contramão da política de sabotagem. Defende o futebol brasileiro como o melhor do mundo e denuncia as artimanhas dos países imperialistas para sabotar o Brasil. Essas manipulações são perceptíveis com os fatos que decorrem ao longo dos anos. Mas o raciocínio lógico já revela o esquema.

Nas outras modalidades de futebol — areia, futsal, fut7 — o Brasil é soberano absoluto, muito distante de qualquer outro país. No entanto, no futebol de campo, o que envolve mais interesses capitalistas, temos cinco títulos mundiais, e, apesar de sermos o País mais campeão, somos seguidos de perto por italianos e alemães, com quatro títulos cada um. A conclusão óbvia é que, não fosse a manipulação capitalista, o Brasil teria ainda mais distância com o resto do mundo.

Assim, o PCO, ao defender a Seleção, se coloca em oposição completa à política de controle do esporte pelo imperialismo. O PCO se coloca na defesa do patrimônio da classe operária nacional e, portanto, da luta dos povos oprimidos contra os monopólios capitalistas.

Governo tripartite nas escolas e universidades

O PCO defende que os estudantes tenham uma real participação nas decisões das escolas e universidades. Para isso, o Partido defende a organização de um governo tripartite, onde estudantes, professores e a comunidade ligada aquela instituição possa tomar decisões sobre o futuro da escola ou universidade.

A atual forma de gestão das escolas e universidades exclui por completo a real participação dos estudantes nas decisões a serem tomadas que afetam o dia a dia das instituições. Na prática, o controle fica na mão do governo, seja ele municipal, estadual ou federal, e com uma pequena participação de uma burocracia formada pelos professores. 

Por outro lado, os estudantes que representam a grande maioria dos presentes nas escolas e universidades não possuem qualquer poder decisivo na gestão destes lugares, criando uma grande contradição entre aqueles que são realmente interessados no uso da instituição e uma burocracia governamental, que atua conforme seus próprios interesses políticos e econômicos.

Esse governo tripartite funcionaria de modo para quebrar as contradições existentes nas decisões destas instituições, tendo o corpo estudantil o maior peso de decisão justamente por representar a parcela majoritária, sendo os professores, técnicos, e outros setores ligados à instituição possuindo menor peso, impedindo assim a formação de uma casta burocrática que obedece diretamente a interesses imediatos de determinada categoria, algo facilmente controlado pela burguesia.

Neste modelo o Estado apenas repassaria os recursos e estudantes, trabalhadores e professores escolheriam, dentro de seus próprios setores, por um processo democrático, a camada que os representaria.

Identitarismo

A posição do PCO sobre o identitarismo é de total e absoluta oposição, sem nenhuma concessão sequer. O identitarismo é um movimento gestado nas universidades norte-americanas e de outros países imperialistas. Sua política consiste em impulsionar determinados grupos sociais (mulheres, negros, homossexuais etc.) e colocá-los em franca oposição com relação ao restante da população.

Enquanto o marxismo procura eliminar barreiras e convidar todos os setores oprimidos e esmagados pelo capitalismo a se juntarem e, sob a liderança da classe operária, lutarem contra um inimigo comum, o identitarismo prega que a responsabilidade por todos os problemas da sociedade é dos seus semelhantes, seja ele os homens, os brancos ou os heterossexuais. Dessa forma, coloca pessoas que poderiam estar lado a lado numa competição e numa luta entre si.

A forma como o identitarismo age é pela cooptação de setores privilegiados dos grupos sociais. Por exemplo, no movimento negro, bancos e até setores do Departamento de Estado norte-americano fornecem dinheiro e influência para ONGs e agrupamentos de negros de classe média para que defendam sua política, vendendo para a população a ideia de que estes seriam os verdadeiros detentores da luta do negro. O mesmo fazem com os outros grupos sociais.

O identitarismo também é o principal responsável pela “cultura do cancelamento”, que é utilizada como arma para perseguir quaisquer setores que se oponham aos seus absurdos. Além de intimidar as pessoas no período atual, ela também se vira contra figuras históricas importantes para a formação do orgulho nacional, como os bandeirantes, ou figuras chave de nossa cultura, como Monteiro Lobato.

Nesse sentido, o PCO se coloca totalmente contra o identitarismo e seus tentáculos no Brasil, representados por setores dos partidos da esquerda pequeno-burguesa e pelas ONGs financiadas através de meios escusos para se infiltrar dentro da esquerda e procurar combater e sabotar o movimento operário.

Imperialismo

Ao denominar o imperialismo como “fase superior do capitalismo”, Lênin sintetizava que, tal etapa do modo de produção capitalista era a etapa de sua superação por outro sistema econômico. E como havia provado Marx e Engels, esse novo sistema só pode ser o socialismo.

Tal afirmação é importante porque joga luz sobre a inevitabilidade da revolução e do socialismo, ideia que, embora dita abertamente pelos marxistas, é frontalmente atacada hoje, inclusive pela esquerda. Mais ainda, a compreensão de que estamos numa etapa transitória, ou seja, revolucionária, implica em que as organizações devem adotar uma política abertamente revolucionária, que esteja de acordo com tal etapa e prepare a classe operária para a tomada do poder.

No entanto, a definição de imperialismo não se limita à afirmação de sua característica transitória. Lênin, em seu livro, também mostra que essa fase é o período de mais intensa rapina por uma pequena parte de capitalistas concentrados nos países de economia plenamente avançada contra a esmagadora maioria dos povos.

Por isso, o imperialismo, como o é todo o processo histórico, é um período contraditório. É a crise do sistema capitalista, mas, ao mesmo tempo, o momento de maior ataques contra a classe operária. É como um doente terminal que se debate na cama, nos seus últimos esforços de vida.

O imperialismo é um problema fundamentalmente econômico, como afirma Lênin. Suas características fundamentais são a formação dos monopólios, o predomínio do capital financeiro e a partilha do mundo entre as nações imperialistas.

Para garantir esse domínio, o imperialismo impõe uma ditadura sobre os demais países e os povos do mundo. Ele é, portanto, o principal inimigo da classe operária mundial. A derrota do capitalismo imperialista em nível mundial é a derrota do próprio capitalismo como sistema econômico. Por isso, um partido revolucionário deve apoiar todas as iniciativas que enfraquecem o imperialismo e mostrar claramente à classe operária quem é o seu principal inimigo.

Índios

Os índios no Brasil correspondem a 1.693.535 pessoas, o que representa apenas 0,83% do total de habitantes. Conforme o IBGE, pouco mais da metade (51,2%) da população de índios está concentrada na Amazônia Legal, representando 305 etnias diferentes, sendo que 36,2% vivem em área urbana e 63,8% na área rural.

Existem hoje, no Brasil, 731 Terras Indígenas (TI) em diversos estágios do processo de demarcação até a sua homologação e registro em cartório. Dessas, 58% se encontram nos domínios da chamada Amazônia Legal. A Amazônia Legal é a denominação oficial do Bioma Amazônico dentro do território nacional. As outras 304 TIs se encontram nas áreas fora da Amazônia, como o Cerrado, o Pantanal, Mata Atlântica e os Pampas.

Quando levado em conta o tamanho das TIs, as situadas na Amazônia brasileira são a esmagadora maioria. Na região Amazônica, as TIs em todos os processos demarcatórios perfazem 115.294.899 hectares contra 2.082.654 hectares no restante do País. Ou seja, 98,22% da área total de TIs se encontra na Amazônia Brasileira.

Os índios estão na camada da população mais pobre, na camada que mais depende das políticas assistenciais do Estado e na camada mais vulnerável à fome e doenças de fácil tratamento devido à falta de políticas de desenvolvimento econômico e de condições de vida, como tratamento médico ou de renda, vivendo basicamente de assistencialismo.

Outra informação importante é em relação ao direito a terras, pois há muitos índios que lutam pela demarcação e enfrentam a violência do latifúndio e do Estado, principalmente nos que vivem fora da região amazônica e que não são “observados” pelo imperialismo e seus capachos.

A situação de miséria dos índios, além da falta de terras, é a impossibilidade de se desenvolverem economicamente, algo que poderia ser feito pelos próprios índios, caso fosse de seu interesse.

Há uma enorme legislação, impulsionada por ONGs financiadas pelo imperialismo, para impedir a exploração econômica dos recursos naturais, que poderiam ser revertidas para a melhoria das condições de vida dos índios e da menor dependência de assistencialismo e do Estado.

A luta dos índios deve ser inserida na luta dos trabalhadores sem terra pela reforma agrária, pois somente com a reforma agrária as TIs serão demarcadas e com tamanho necessário para os índios viverem e terem condições econômicas de se desenvolverem, e não apenas para interesses dos países imperialistas que tratam os índios e as TIs como verdadeiros zoológicos e áreas de preservação ambiental.

Inteligência Artificial

O PCO é contra qualquer tipo de restrição à divulgação da informação. No caso da inteligência artificial, é necessário exigir que exista uma clareza no que é e não é produzido por inteligência artificial. Por exemplo, as coisas que são feitas com inteligência artificial deveriam ser divulgadas como tal.

Restringir o uso dessa tecnologia, entretanto, é algo autoritário e mais um ataque aos direitos da população.

Ao utilizar a inteligência artificial para responder perguntas ou elaborar qualquer tipo de coisa, vê-se que as “oficiais”, ou seja, aquelas programadas por grandes empresas, vêm com um forte conteúdo ideológico. Em outras palavras, o que vai ser elaborado depende muito de quem fez o mecanismo.

O mecanismo, ao mesmo tempo, não é tão complexo e tão caro que grupos pequenos não possam fazer, utilizar e reprogramar programas que utilizam inteligência artificial. O medo da burguesia, portanto, é que se disseminem programas de inteligência artificial que não seguem a linha ideológica ditada pelo imperialismo.

Nesse sentido, não vão proibir as grandes empresas de usar a inteligência artificial. A mesma coisa que acontece com a Internet vai acontecer com a inteligência artificial: os jornais podem mentir à vontade, mas, na Internet, todos serão censurados.

Lei da Ficha Limpa

A Lei da Ficha Limpa (Lei nº 135/2010) é uma lei que fez alterações na Lei das Condições de Inelegibilidade (Lei Complementar nº. 64 de 1990) para dar aos juízes mais poder para controlar o regime político brasileiro, seus partidos e candidatos. 

Determinou que aqueles que forem condenados por órgão judicial colegiado (isto é, um grupo de juízes – um Tribunal de Justiça ou o próprio Supremo Tribunal Federal) ficarão inelegíveis por oito anos, mesmo que a decisão não tenha transitado em julgado (isto é, tenha acabado a possibilidade de recursos).

Assim, a Lei da Ficha Limpa violou o Princípio da Presunção de Inocência, que se encontra no artigo 5º, inciso LVII, segundo o qual “ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória”.

Surgiu de um projeto de “iniciativa popular”, de iniciativa de Marlon Reis, político filiado ao PSB, um dos fundadores do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), e também juiz à época.

Em uma campanha impulsionada pela burguesia, o projeto da Lei da Ficha Limpa foi propagandeado como algo que iria acabar com a corrupção no Brasil. Graças à ação do grande capital por trás do projeto, a “iniciativa popular” conseguiu 1,6 milhão de assinaturas, sendo levado ao Congresso Nacional, onde foi aprovado.

À época, Lula era o presidente da República, em seu segundo mandato, e sancionou a Lei da Ficha Limpa, em um erro que lhe custaria muito caro no futuro. Afinal, em 2018, essa lei serviu para o Tribunal Superior Eleitoral rejeitar o registro da candidatura de Lula, impedindo-o de disputar as eleições presidenciais daquele ano, o que resultou na vitória de Jair Bolsonaro. À época, o TSE era presidido por Rosa Weber.

Dessa forma, ao contrário de combater a corrupção, a Lei da Ficha Limpa deu a juízes, burocratas que não foram eleitos por ninguém, poder para retirar das eleições de 2018 o candidato mais popular do País, um político de origem pobre, ex-metalúrgico e o principal representante dos trabalhadores brasileiros.

Assim, o Partido da Causa Operária (PCO) é contra a Lei da Ficha Limpa e luta pelo fim dela, por sua revogação. 

O Partido entende que o Estado burguês não deve impor nenhuma restrição aos partidos e aos candidatos. Pessoas condenadas, e mesmo pessoas presas, devem ter o direito de serem eleitas e assumirem o cargo. 

O povo é quem escolhe seus representantes, e não os juízes.

Portanto, a Lei da Ficha Limpa deve ser revogada, e deve ser incluído na Constituição Federal, no artigo 5º, o direito das pessoas condenadas e presas de serem eleitas e assumirem o cargo.

Liberdade de expressão

A liberdade de expressão é a base dos demais direitos democráticos, estabelecidos a partir das revoluções burguesas. Afinal, sem a possibilidade de expressão, não se é possível, portanto, sequer elaborar uma ideia. Não faz muito tempo, inclusive, que esse termo se chamava “liberdade de pensamento”.

Sem o direito à expressão, não existe direito à livre organização, pois toda organização teria um objetivo e, portanto, algo a expressar. Sem poder se expressar, também não se pode protestar. Com isso, vai junto o direito de protesto. A liberdade de imprensa, naturalmente, junto ao direito à informação, não existe sem a liberdade de expressão.

Como fica claro, a supressão da liberdade de expressão é a supressão de todas as liberdades democráticas.

A partir de uma campanha movida pelo imperialismo, tem se espalhado a ideia, inclusive dentro da esquerda, de que a liberdade de expressão não pode ser total. No entanto, quem determina onde termina a restrição à expressão? Da proibição ao racismo, à proibição à ofensa. E dessa, à proibição à crítica política. Cenário hoje em vigor no Brasil, ainda que parcialmente.

A censura, forma correta de tratar a limitação da liberdade de expressão, é uma política contra os trabalhadores, contra os explorados, que só pode ser levada adiante por quem detém o poder, a burguesia, o imperialismo.

Hoje, a campanha em defesa da Palestina é censurada sob o argumento do “antissemitismo”. Um genocídio em curso é justificado sob uma dita discriminação, utilizada para impedir a tomada de posição política a favor dos explorados.

Assim, é preciso ter claro: a liberdade de expressão existe ou não existe. Ou é absoluta, ou não é um direito real.

Liberdade sexual

É próprio da esquerda pequeno-burguesa abandonar os princípios revolucionários que diz acreditar. O identitarismo, ideologia imperialista infiltrada na esquerda, acentuou essa característica. Quando se volta a falar sobre temas relativos à sexualidade, a esquerda se afasta tanto do marxismo revolucionário que defende concepções opostas ao que defendiam os marxistas.

O problema da liberdade sexual é um exemplo desse afastamento da esquerda das ideias marxistas.

A classe média de esquerda, influenciada pelos vícios burgueses, costuma concluir que o marxismo é a favor do “amor livre”. Tal “liberdade” deve ser concebida, para eles, como a liberdade de copular com quem quiser, a hora que quiser. Essa, porém, não é a concepção marxista, tampouco é uma liberdade de fato.

A ideia que sintetiza bem o que pensa a esquerda pequeno-burguesa foi apresentada pela revolucionária russa Alexandra Kollontai: satisfazer o instinto sexual é tão simples e tão insignificante como beber um copo de água, afirmava.

Polemizando com essa ideia, Lênin explicou que tal teoria não é marxista, além de ser antissocial. Ele explica, de maneira simples, que “será que um homem normal, em condições igualmente normais, se deitará no chão, na rua, para beber água suja de um lameiro?” (Lênin e o Movimento Feminino, Clara Zetkin).

Friedrich Engels, um dos fundadores do marxismo, em seu livro A Origem da Família, da propriedade privada e do Estado, explica que não é a poligamia (um homem com várias mulheres), nem a poliandria (uma mulher com vários homens) o futuro da sociedade comunista. Para Engels, a evolução da humanidade para a família monogâmica é um progresso ou, mais precisamente, um progresso relativo como são em geral os fenômenos históricos:

“A monogamia foi um grande progresso histórico, mas, ao mesmo tempo, iniciou, juntamente com a escravidão e as riquezas privadas, aquele período, que dura até nossos dias, no qual cada progresso é simultaneamente um retrocesso relativo, e o bem-estar e o desenvolvimento de uns se verificam às custas da dor e da repressão de outros.”

Sob o capitalismo, ou seja, na sociedade de classes, a monogamia ganha formas de exploração da mulher pelo homem. No entanto, diz Engels, na sociedade comunista, quando desaparecem as relações de propriedade, a “preponderância do homem no matrimônio é consequência evidentemente de sua preponderância econômica e desaparecerá por si mesma com esta última”, o matrimônio baseado no amor sexual será, por sua própria natureza, monogâmico e “a igualdade alcançada pela mulher, a julgar por toda a nossa experiência anterior, influirá muito mais no sentido de tomar os homens monógamos do que no de tornar as mulheres poliandras”.

Essa forma monogâmica, portanto, não terá a forma jurídica atual da sociedade capitalista, mas será uma forma nova. Continua Engels: “mas a duração do acesso de amor sexual é muito variável, segundo os indivíduos, particularmente entre os homens; em virtude disso, quando o afeto desaparece ou é substituído por um novo amor apaixonado, o divórcio será um benefício, tanto para ambas as partes como para a sociedade. Apenas deverá poupar-se ao casal o ter que passar pelo lodaçal inútil de um processo de divórcio”.

Se podemos falar em liberdade sexual, o marxismo compreende isso conforme explicado acima. É a liberdade do homem e da mulher estabelecerem relações baseadas de fato no amor real. É anti-marxista, como explicou Lênin e como mostra cientificamente os estudos de Engels, a ideia de que a tendência da humanidade seria adotar qualquer forma de promiscuidade sexual, como defende a esquerda pequeno-burguesa e que, na realidade, é um retrocesso no sentido da escravização da mulher e, por consequência, do homem.

Maioridade penal

A maioridade penal ou maioridade criminal define a partir de qual idade o indivíduo responde pela violação da lei penal na condição de “adulto”. A constituição federal de 1988 definiu que menores de 18 anos são inimputáveis, ou seja, menores são julgados a partir do Estatuto da Criança e do Adolescente.

A direita e, principalmente, a extrema direita, defende que menores de 18 anos deveriam ser julgados como adultos, dando ao Judiciário, ou melhor, às instituições burguesas, o poder de julgar adolescentes com penas mais duras.

O aumento de penas é defendido sob o pretexto de combater a criminalidade. Porém, a história demonstra que este método não funciona, se mostra extremamente ineficaz. No Brasil, por exemplo, as instituições estão cada vez mais poderosas, mais repressivas e, paralelamente, o crime aumentou proporcionalmente ou então exponencialmente.

Elementos de “esquerda” procuram estabelecer que, a “segurança pública”, codinome para a polícia, juízes etc., a mesma que mata inescrupulosamente nas favelas e ataca sistematicamente os trabalhadores; deveria punir jovens, tal como a extrema direita, evidenciando uma clara capitulação diante do combate ao sistema capitalista.

O Partido da Causa Operária se posicionou absolutamente contra o aumento da maioridade penal e qualquer tipo de endurecimento penal. Qualquer poder dado às instituições burguesas se volta, inevitavelmente, contra a classe trabalhadora, sobretudo, contra seus elementos de vanguarda.

Militarização das escolas

O PCO defende o fim de qualquer política de militarização das escolas. A militarização tem como única função esmagar o movimento estudantil e reprimir o debate e a organização política da juventude estudantil.

Na última década, sobretudo após o golpe de 2016, diversos governos estaduais e, posteriormente, o governo federal, intensificaram a política de militarização das escolas. As chamadas “Escolas cívico-militares” seguem, supostamente, o currículo do MEC, assim como as demais. No entanto, tem toda sua gestão feita pelas instituições militantes, como a Polícia Militar (PM), Corpo de Bombeiros, entre outros órgãos que servem direta ou indiretamente para a repressão da população.

Os defensores desta política afirmam que as escolas militares possuem, devido à “disciplina” militar, melhores condições de estudo para os alunos. No entanto, a razão da burguesia defender a criação destas escolas é outra.

A escola e a universidade são pontos de aglutinação de um importante setor da juventude, que, reunido, protagonizou a vanguarda de importantes movimentos populares no Brasil. É este o setor mais radicalizado da sociedade, e também é dentro da juventude o mais organizado.

Sendo ambientes em grande medida de socialização e de discussão, as escolas e universidades são um dos principais pontos no País para o desenvolvimento político e organizativo da população jovem. Neste sentido, a burguesia vê isto como um enorme problema.

Ter a PM, o principal órgão de repressão dos trabalhadores, no controle do estudo da juventude é uma forma ditatorial de impedir que esta mesma juventude possa atuar politicamente.

Pena de morte

Uma das principais bandeiras da extrema direita brasileira é a defesa da pena de morte, traduzida no folclórico “bandido bom é bandido morto”, o que foi, dentre tantas outras políticas da direita nacional, uma importação escancarada do que defende a direita mais forte do mundo, a norte-americana.

No Brasil a pena de morte não prosperou. Nem mesmo a prisão perpétua, que, junto com a pena de morte, são duas medidas de grande propaganda da direita norte-americana. Esta também não chegou nem perto de ser acolhida pelo regime brasileiro, o que é positivo.

Tais penas guardam os resquícios da inquisição, e, como parte da evolução geral do ser humano, da civilidade das pessoas, não deveriam mais existir enquanto penas. Na realidade, qualquer pena de prisão, nos dias de hoje, se reveste da mais completa desumanidade, basta ver as penitenciárias brasileiras, nas quais a permanência por uma hora já é uma tortura, independente do crime que se visa punir.

Um regime burguês jamais deveria ter autorização para matar quem quer que fosse. Basta ver a atuação da Polícia Militar que, mesmo sem pena de morte, ela mesma já é responsável pelos maiores índices de execução cometidos pelo Estado. Tal como propõe o Partido da Causa Operária (PCO), na realidade, as duas deveriam acabar: a pena de morte e a própria Polícia Militar, a pena de morte extra-oficial do estado brasileiro.

Prisão perpétua

O PCO é contra a prisão perpétua. A pessoa que é condenada à prisão perpétua perde permanentemente o direito de liberdade, o sentenciado é encarcerado até a chegada de sua morte. Em alguns países, há mecanismos para o condenado pleitear o direito à liberdade condicional, mas ainda assim o mesmo fica submetido a restrições irrevogáveis no que se refere ao convívio social. 

Do ponto de vista humano, a privação da liberdade constitui uma violência muito grande que deveria ser aplicada como último recurso diante de comportamentos extremamente antissociais. Finalmente, a prisão perpétua nada mais é do que uma forma de tortura permanente, a depender do tratamento, pode-se dizer que a pena de morte seria até menos brutal que impor um sofrimento até o último dia de vida da pessoa condenada.

É um grave ataque aos direitos democráticos da população e uma medida que deve ser extinta.

Privatizações

Operações destacadas para surrupiar a riqueza nacional, especialmente dos países atrasados, mas também intensificando a exploração nos países imperialistas, as privatizações são uma das principais formas do ataque imperialista à classe operária.

Nos países pobres, trata-se de atribuir a exploração dos recursos naturais especialmente às empresas imperialistas, a troco de pouco ou nada para o país dominado, além de garantir que o mesmo não se desenvolva ao ponto de competir com o imperialismo ou de gerar aumento na produção de determinados produtos.

Um bom exemplo disso é o caso do Níger, que, dominado pela França, vendia a esta seu urânio ao custo de 0,80 euro por quilo, o que aumentou, após a expulsão dos franceses, para o valor de mercado de 200 euros por quilo, um aumento de 250 vezes, ou 2.500%.

Já no Brasil, vimos a privatização e subsequente fechamento das operações de nitrogenados da Petrobrás, fertilizantes amplamente utilizados no mercado interno para a produção agrária. A própria Petrobrás, e sua política de preços, é outro exemplo dos danos que essa política causa.

Parcialmente privatizada, a empresa se defronta com uma gigantesca pressão interna por parte dos acionistas, reduzindo os investimentos no País ao passo em que aumenta os repasses acionários, sendo a mais lucrativa do mundo nesse sentido.

Na Petrobrás, a questão se reflete ainda na paridade de preços de combustíveis no mercado interno brasileiro com o mercado internacional, permitindo o ingresso de petroleiras imperialistas no Brasil, algo impossível caso a Petrobrás praticasse o preço que poderia, sendo nacional, desbancando todas as outras. Ou seja, uma rapina da economia brasileira, e isso apenas com a privatização parcial da empresa.

Tanto nos países atrasados como no seio do imperialismo, temos também a privatização dos setores de serviços, com destaque para os mais caros à classe operária, como educação e saúde, que se tornam objeto de especulação, e não um direito universal.

Pronome neutro

A defesa do pronome neutro enquanto política para lutar contra a opressão é uma farsa que serve para deixar determinado setor da sociedade parado. O movimento identitário afirma que mudar a língua portuguesa será o suficiente para mudar a realidade, uma concepção idealista que não possui nada de concreto.

Para esses setores, os transexuais parariam de ser oprimidos caso fosse adotado o uso do pronome neutro na língua portuguesa. Eles não mostram, entretanto, como uma coisa seria consequência da outra, tampouco explicam porque em países cujas línguas são praticamente “neutras”, como o inglês, os transexuais ainda são oprimidos.

Acima de qualquer coisa, a adoção do pronome neutro representa um ataque à língua portuguesa e à cultura brasileira. O que o identitarismo quer é descaracterizar ao máximo o português e torná-lo cada vez mais parecido com o inglês, algo que, por sua vez, aumenta a influência que os Estados Unidos possuem sobre o Brasil.

Usar o pronome neutro não fará diferença alguma, de maneira concreta, para a vida dos transexuais. Ao mesmo tempo em que direciona a luta da esquerda para algo inútil e ataca a língua portuguesa.

Propriedade privada

A propriedade privada é um fenômeno econômico e histórico que surgiu conforme os seres humanos desenvolveram técnicas de cultivo de plantas e domesticação de animais, conseguindo assim um excedente de produção que acabou sendo apropriado por determinados indivíduos.

O surgimento da propriedade privada e seu impacto sobre nossa vida social é estudada de maneira aprofundada no livro A Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado, de Friedrich Engels.

Durante o Paleolítico, ou ‘Estado Selvagem’ (de 4 a 8 milhões de anos atrás), os seres humanos eram basicamente caçadores-coletores que conseguiam seu sustento direto da natureza, utilizando por vezes instrumentos rudimentares.

Com a passagem para o Neolítico (entre 8 e 4 mil anos atrás), a humanidade vive a Barbárie, onde surge a agricultura, o pastoreio e a confecção de instrumentos mais refinados.

A propriedade privada mudou as relações sociais, estabeleceu o casamento monogâmico, aboliu o matriarcado, substituindo-o pelo patriarcado, ficando garantida a transmissão da herança pelo direito paterno. Até então, as riquezas produzidas, as ferramentas, eram de propriedade coletiva.

Com a propriedade privada surge também o Estado, incumbido de protegê-la. A mulher passa a ser oprimida e a sociedade se divide em classes.

A primeira forma de família que não se baseava em condições naturais, mas econômicas, e concretamente no triunfo da propriedade privada sobre a propriedade comum primitiva, originada espontaneamente. Os gregos proclamavam abertamente que os únicos objetivos da monogamia eram a preponderância do homem na família e a procriação de filhos que só pudessem ser seus para herdar dele.” (Friedrich Engels)

Prostituição

A exploração sexual da mulher pelo mercado capitalista, um dos maiores ataques à vida e dignidade da mulher, é permitida e incentivada quando se trata da prostituição de luxo, inclusive com eufemismos e novas designações, deixando a condenação moral e a legislação repressiva para as concorrentes do baixo meretrício.

Ao mesmo tempo em que se opõe firmemente à verdadeira indústria do sexo criada pelo capitalismo, o PCO defende, uma vez que a prostituição é uma realidade, a sua legalização e regulamentação.

É preciso possibilitar às mulheres que estejam na condição da prostituição um amparo legal. Sabe se que muitas dessas mulheres são constantemente agredidas, seja por parte de clientes, seja por parte de cafetões ou da polícia. Portanto, que elas possam se organizar para defender seus direitos é uma condição essencial até mesmo como forma de retirá-las dessa situação.

Redes Sociais

As redes sociais possuem um papel muito importante para a população no sentido de que representam uma ameaça ao monopólio da imprensa burguesa.

Sem a Internet e, logo, sem as redes sociais, a imprensa capitalista fica livre para inventar a calúnia que quiser, sendo muito mais difícil a sua contestação. Com as redes sociais, entretanto, o enfrentamento às mentiras da imprensa capitalista é não só mais fácil, como também pode atingir um número infinitamente maior de pessoas.

O melhor exemplo disso é o genocídio perpetrado por “Israel” a partir de 7 de outubro de 2023. A imprensa burguesa, aliada e, em grande medida, controlada pelo sionismo, trabalha para esconder os crimes de guerra da ocupação sionista e para caluniar o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas, na sigla em árabe), a principal organização de luta do povo palestino.

As redes sociais são o principal meio pelo qual as denúncias acerca de “Israel” são divulgadas e, consequentemente, são o principal responsável por fazer a opinião pública ficar, quase que unanimamente, contra a ocupação israelense e em defesa do povo palestino.

Não é à toa que o sionismo tem trabalhado incansavelmente para impôr uma verdadeira ditadura nas redes sociais, censurando toda e qualquer denúncia dos crimes do sionismo.

Redução da jornada de trabalho

Dentre os problemas que assolam a classe operária, um dos mais graves e que necessita de solução imediata é o problema do desemprego. Uma das resoluções desse problema se dá pela redução da jornada de trabalho para o máximo de sete horas por dia, cinco dias por semana, ou seja, 35 horas semanais.

Com isso, ao mesmo tempo em que a exaustiva jornada de trabalho da população será dramaticamente reduzida, promovendo uma melhora na qualidade de vida do povo, que terá mais tempo para descansar e para se desenvolver cultural e politicamente; surgirá instantaneamente uma necessidade de contratação de praticamente o dobro de pessoas atualmente empregadas.

Afinal, quando um trabalhador passa a trabalhar por metade do tempo em que ele normalmente trabalharia, os patrões precisarão contratar um novo trabalhador que complementará o turno necessário para a realização de determinado serviço. É daí que vem o lema “trabalhar menos para que todos trabalhem”, algo que resume essa reivindicação.

Entretanto, tal redução não pode estar acompanhada de uma redução salarial. Os patrões são os responsáveis pela crise e são eles quem precisam pagar por ela, não os trabalhadores, que são condenados à fome e à miséria.

Reforma agrária

O PCO defende a reforma agrária como uma medida essencial para o desenvolvimento nacional.

O Brasil é um dos países com as maiores concentrações fundiárias do mundo. De acordo com o último Censo Agropecuário realizado no ano de 2017, próximo de 1% dos proprietários de terra controlam quase 50% da área rural do País e os estabelecimentos com áreas menores a 10 hectares representam metade das propriedades rurais, mas controlam apenas 2% da área total. Além disso, existem milhões de trabalhadores sem-terra, ou que estão em propriedades tão pequenas que não conseguem se sustentar.

Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) e o Censo Demográfico, aproximadamente 30 milhões de brasileiros vivem no meio rural em condições precárias de moradia, de acesso à saúde e à educação, com reduzidos níveis de renda e de remuneração.

O que é feito hoje pelos governos não é reforma agrária. É apenas uma política de desapropriações ou de assentamento de pessoas em áreas remotas e sem estrutura nenhuma, como no caso da região Norte do país.

A reforma agrária não deve ser feita somente em latifúndios improdutivos ou endividados com o governo. Em geral, as terras em latifúndios improdutivos possuem diversas restrições agronômicas ou estão degradadas. Deve ser realizada em terras produtivas e próximas dos centros econômicos e com estrutura de comercialização e escoamento da produção.

Todo latifúndio deve ser confiscado para distribuição de terras para pequenos produtores e o assentamento imediato de todas as famílias sem-terra, com o lema “terra para quem nela trabalha”. Com o fim da repressão ao movimento dos trabalhadores sem-terra e a liberdade para todos os presos políticos da luta pela terra.

Essas medidas, entretanto, não serão colocadas em prática pelas instituições, e sim pela mobilização dos trabalhadores e do campo, com ocupações de latifúndio.

Salário mínimo

O salário mínimo, que deveria refletir o custo de vida médio para que um trabalhador possa continuar reproduzindo sua força de trabalho, está muito abaixo do necessário. É um salário de fome, de sobrevivência. É difícil até mesmo esperar que o salário seja satisfatório para pagar um aluguel. Os valores têm que ser atualizados imediatamente, e o povo precisa mobilizar grandes manifestações e conferências para levar adiante tais reivindicações.

O Dieese apresentou um levantamento sobre o preço da cesta básica em cada uma das capitais, e a conclusão foi que em dezembro de 2022, o maior custo do conjunto de bens alimentícios básicos foi observado em São Paulo (R$791,29), depois em Florianópolis (R$769,19) e Porto Alegre (R$765,63). Entre as cidades do Norte e Nordeste, onde a composição da cesta é diferente das outras capitais, Aracaju (R$ 521,05), João Pessoa (R$561,84) e Recife (R$565,09) registraram os menores valores. 

Somente uma cesta básica consome praticamente metade do valor do salário mínimo. Considerando o aluguel médio de São Paulo, capital, que atualmente está no valor de R$51 por metro quadrado, um morador de uma casa de 9 metros quadrados pagaria, só de aluguel, 459 reais.

Por esse motivo, o DIEESE calculou, através de seu cálculo mensal que estima qual deveria ser o valor do salário mínimo para que todas as necessidades de consumo de uma família fosse suprida, que o salário mínimo em janeiro de 2023 deveria ter sido de R$ 6.641,58.

Apesar de haver críticas aos métodos do DIEESE, eles servem como uma base. Ou seja, no mínimo, este seria o salário necessário para atender as necessidades do povo. Da parte dos trabalhadores, não se pode esperar: é preciso imediatamente exigir um aumento real do salário mínimo.

Saúde

Em 2020, a pandemia de COVID-19 expôs a insuficiência do sistema de saúde brasileiro, resultando em quase um milhão de mortes oficialmente registradas devido à doença. Atrasos no acesso à vacina, escassez de leitos e falta de oxigênio vitimaram centenas de milhares de pessoas. Essa crise evidenciou a urgência de um sistema de saúde público, estatal e universal.

O Partido da Causa Operária propõe as seguintes reivindicações para a saúde:

  1. Estatização de todo o sistema de saúde;
  2. Oferta integral de serviços de saúde, abrangendo prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação em todas as áreas médicas necessárias;
  3. Contratação e treinamento suficientes de profissionais de saúde para atender às necessidades da população em todos os níveis de atenção;
  4. Expansão e modernização das instalações de saúde, incluindo hospitais, postos de saúde, centros de especialidades e unidades de pronto-atendimento;
  5. Estatização completa da produção e distribuição de medicamentos essenciais, assegurando acesso gratuito e universal a todos os brasileiros;
  6. Promoção de pesquisas e desenvolvimento de medicamentos pelo setor público para atender às necessidades da população;
  7. Implementação de programas abrangentes de prevenção e controle de doenças, incluindo vacinação, campanhas de conscientização e monitoramento epidemiológico;
  8. Investimento em infraestrutura e tecnologia para detecção precoce e resposta rápida a surtos e epidemias;
  9. Integração das políticas de saúde com políticas sociais para melhorar as condições de vida, incluindo moradia digna, saneamento básico e acesso à água potável;
  10. Criação de conselhos populares de saúde para garantir a participação da comunidade na gestão e avaliação do sistema de saúde;
  11. Fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS) como pilar fundamental da saúde pública no Brasil, protegendo-o contra tentativas de destruição e privatização.

Sindicatos municipais e sindicatos nacionais

Os sindicatos são organizações essenciais para a organização da classe operária em sua luta contra a burguesia e, nesse caso, especificamente em prol de reivindicações de caráter mais econômico. Sem um sindicato, é muito mais difícil para determinada categoria conseguir seus direitos, como aumento salarial, direito a férias etc.

Dentro disso, quanto maiores forem os sindicatos, mais força tem determinado grupo de trabalhadores. A municipalização de sindicatos, consequentemente, serve para dividir a categoria. Um sindicato nacional pode, por exemplo, aprovar uma greve em todo o País. Com sindicatos estaduais/municipais, é muito mais difícil que toda uma categoria entre em greve, enfraquecendo, portanto, o efeito de sua luta contra a burguesia.

Até porque, com sindicatos menores, é muito mais fácil para a burguesia manipular e comprar as direções sindicais, fazendo com que locais mais combativos entrem em greve enquanto outros locais permaneçam parados, sem uma luta real.

No Brasil, temos o caso dos correios. Diversas burocracias diferentes controlam os sindicatos dos ecetistas nos estados, muitas delas de caráter patronal, ou seja, que favorecem propositalmente os interesses dos patrões.

É como diz o dito popular, “a união faz a força”. A classe operária precisa se organizar da maior maneira possível para enfrentar os poderosos. Nesse sentido, quanto maior for um sindicato no sentido da quantidade de pessoas que ele representa, maior será a força dessa categoria para atingir suas reivindicações.

Soberania Nacional

O PCO defende a soberania nacional. O Partido acredita que nenhum governo ou organização estrangeira tem o direito de intervir no Brasil sem o consentimento do povo brasileiro, principalmente em relação às riquezas da nação. O petróleo, a água, os minérios, a terra, as florestas e todos os recursos que estiverem dentro do território nacional são propriedade dos brasileiros e não devem ser usados para o enriquecimento de forças estrangeiras.

No Brasil, atualmente, a questão da soberania é um dos grandes problemas nacionais. Os países imperialistas querem roubar a Amazônia brasileira. Há uma base norte-americana em território nacional amazônico, a base de Alcântara. As principais empresas nacionais, Eletrobrás, Vale, Petrobrás foram privatizadas parcial ou totalmente, ou seja, estão sob o controle de acionistas estrangeiros. Todos os trimestres, dezenas de bilhões de reais deixam o Brasil só em lucros do Petróleo.

Ao mesmo tempo, o País não tem o direito de se desenvolver. Os grandes monopólios imperialistas impedem que o Brasil desenvolva tecnologia. Destruíram a indústria automobilista, a pesquisa nuclear, impedem que se desenvolva tecnologia de informática e de todas as áreas da ciência. Isso é inaceitável. Uma nação como o Brasil tem a capacidade de ser referência em quase todos os ramos da tecnologia, como já é na aviação.

Por isso, o PCO é a favor da defesa integral da soberania nacional. O Brasil deve extirpar todos os parasitas estrangeiros que impedem seu desenvolvimento. Os agentes políticos do imperialismo, como as ONGs financiadas pela Open Society e pela Ford Foundation, também devem ser proibidas de atuar em território nacional. O Brasil deve ser controlado pelos brasileiros, e, mais especificamente, pela classe operária brasileira.

Supremo Tribunal Federal

O Supremo Tribunal Federal (STF) é um tribunal de exceção que, a pretexto de fazer com que demais decisões do Judiciário estejam de acordo com a Constituição Federal, rasgam a Carta Magna do País e inventam suas próprias leis a serviço de seus patrões.

O STF é um órgão de repressão do povo brasileiro, escolhendo arbitrariamente o que se pode ou não falar, por exemplo. Nesse sentido, a ditadura que o STF impõe sobre o País ataca o direito democrático mais importante de todos: o direito à livre expressão.

Não há possibilidade de liberdade em uma sociedade em que o povo ou um de seus representantes não possa se manifestar livremente sobre os assuntos referentes à vida política da sociedade em que vive. A liberdade de expressão é, neste sentido, um direito essencial para a liberdade política como um todo e, quando esta é cerceada por um dos Três Poderes, trata-se de um Estado de exceção.

Além disso, tribunais como o STF são criações relativamente recentes que surgiram para que o imperialismo possa intervir na política dos países atrasados. No Paquistão, por exemplo, foi a decisão do Supremo que garantiu a prisão de Imran Khan, figura mais popular do país. E isso é possível justamente pelo fato de que os ministros desse tipo de Corte não respondem à pressão do povo, mas sim do imperialismo, dos poderosos.

Nesse sentido, o PCO defende o fim do STF e, para o restante do Judiciário, um funcionamento que torne este poder cada vez mais democrático. Dentro disso, o Partido defende a elegibilidade de todos os juízes, algo que garante que eles tenham que prestar contas à população e que, consequentemente, possam ser retirados de seus cargos também pelo povo

Terrorismo

O conceito de terrorismo comumente usado atualmente é uma criação dos Estados Unidos a partir dos acontecimentos do 11 de Setembro de 2001, quando aviões foram lançados contra as Torres Gêmeas do World Trade Center, em Nova Iorque. A ação foi reivindicada pela organização Al-Qaeda, de Osama Bin Laden. Com essa justificativa, os EUA lançaram uma das campanhas mais violentas de todos os tempos contra o Oriente Médio.

Do ponto de vista da literatura marxista, por outro lado, “terrorismo” são atos violentos que visam desorganizar o poder político. Ao longo da história, temos vários exemplos disso: o assassinato do Czar Alexandre II; o assassinato do presidente francês Sadi Carnot; as operações terroristas dos bolcheviques contra o exército branco durante a guerra civil após a Revolução Russa de 1917; entre outros.

Ou seja, o terrorismo é um método de luta que foi desenvolvido por diversos grupos políticos no decorrer da história.  Nesse sentido, um partido marxista, como o PCO, não condena o terrorismo, mas não o encara como um método de luta adequado.

A condenação geral ao terrorismo é usada de forma farsesca contra as pessoas que estão lutando. Para os oprimidos, é cobrado que se lute com certas regras e estatutos de organizações como a ONU, porém os opressores são livres para fazer como bem entenderem.

O caso de “Israel” é um exemplo inconfundível. Os “israelenses” podem matar mais de 30 mil civis, mas se os palestinos se levantarem em armas para se defender, são chamados de sanguinários.

Tribunal Superior Eleitoral

O Tribunal Superior Eleitoral é o órgão máximo da Justiça Eleitoral no Brasil. O TSE, segundo seu próprio sítio, “exerce papel fundamental na construção e no exercício da democracia brasileira” e tem por dever o registro dos candidatos à Presidência, Vice-presidência e demais cargos; a apuração dos votos; a documentação e cerimônia de oficialização; a fixação de datas para as eleições; a ordenação do registro e cassação de partidos; processar e julgar crimes eleitorais; e elaborar a proposta orçamentária da Justiça Eleitoral.

O tribunal é composto por 7 membros, sendo todos indicados aos cargos. O presidente e vice-presidente do TSE são escolhidos dentre os ministros do STF. Transformando-o, na prática, numa sucursal do STF.

O TSE, assim como o STF, é uma instituição sem o menor caráter democrático. Nenhum dos seus representantes são eleitos, todos são indicados por quem, da burguesia, tiver mais condições políticas de impor o seu candidato ao cargo. Nesse sentido, não há qualquer participação da população, seja direta ou indiretamente, no TSE.

Apesar de ter como dever a “construção” e o “exercício da democracia brasileira”, na prática, o TSE transforma o processo político e democrático em um processo judicial no qual os juízes tomam os rumos políticos do País a partir de interesses próprios. O tribunal, ao invés de atuar como um órgão meramente técnico, organizativo, atua como um agente político e interfere no processo eleitoral nacional.

Por isso, o PCO defende o fim do TSE. Há de se construir uma Comissão Eleitoral formada pelos partidos brasileiros para que estes avaliem, fiscalizem, divulguem e organizem o processo eleitoral e o financiamento das campanhas.

Com isso, é muito mais difícil para a burguesia controlar o processo eleitoral, pois isso significaria ter que controlar a maior parte dos partidos brasileiros. Mais do que isso, caso consiga falsificar o resultado a seu favor, os partidos presentes em tal Comissão Eleitoral podem denunciar as manobras da burguesia, mostrando ao povo como as eleições, em uma sociedade capitalista, são um jogo de cartas marcadas.

Urnas eletrônicas

O Brasil é um dos únicos países no mundo no qual as eleições são feitas por meio de urnas eletrônicas. Trata-se de um modelo imposto pela burguesia para fazer com que o pleito permaneça sendo um jogo de cartas marcadas. Nesse sentido, é algo que torna o regime político ainda mais antidemocrático, retirando do povo o poder de escolher seus representantes.

Apesar de haver muita polêmica em torno desse problema, a rejeição às urnas eletrônicas é uma posição tradicional da esquerda, abandonada completamente nos últimos anos. Leonel Brizola, por exemplo, nas eleições de 2000, denunciou que, com as urnas eletrônicas, “perdemos o direito à recontagem”.

Esse é um dos principais problemas desse sistema de votação: com as urnas eletrônicas, não é possível auditar o voto de maneira independente, ou seja, podendo haver uma confirmação do resultado por meio de duas fontes diferentes que seriam comparadas uma com a outra – como é o caso, por exemplo, do voto impresso auditável.

Fato é que, tratando-se de uma democracia burguesa, as eleições sempre serão manipuladas em prol da burguesia. Com as urnas eletrônicas, a denúncia dessa manipulação, entretanto, é muito mais difícil, senão impossível. Pois tudo acontece de maneira digital, sem a necessidade de uma intervenção física tão direta.

Por fim, pela complexidade das urnas eletrônicas, é muito mais difícil explicar à população como funciona o sistema eleitoral, algo que também facilita a manipulação por parte da burguesia, sendo necessário um técnico para vistoriar qualquer parte do processo.

Vestibular

O PCO e a Aliança da Juventude Revolucionária (AJR) defendem o fim do vestibular, a estatização de ensino, do básico ao superior e controle tripartite da universidade. Com o fim do vestibular, isto é, com a derrubada de todas as barreiras que impedem o jovem de ingressar na universidade, garantiremos o livre ingresso e a universalização da educação nesse sentido. 

Não só o ENEM, mas todos os vestibulares são, em sua essência, uma ferramenta para privar os filhos dos trabalhadores de entrarem nas universidades. Todos devem ter o direito de cursar o ensino superior, não apenas porque está garantido na Constituição, mas porque a educação não pode ser vista como um privilégio, pois é um direito do povo. Defender a classe trabalhadora significa, necessariamente, defender o fim dos vestibulares, para que seus filhos possam entrar nas universidades e seguir para um ramo profissional a partir de lá.

Não se trata de não possuir dinheiro, como é a desculpa oficial dada pela burguesia, mas sim de prioridades. Os tubarões da educação não podem tolerar todos os filhos dos trabalhadores em universidades por diversos motivos, seja porque a distância entre as classes é fundamental para a manutenção do seu domínio econômico, seja porque precisam sucatear o ensino público para forçar com que a educação se torne uma mercadoria; assim como desejam fazer com, dentre outras coisas, a saúde.

Não há como sustentar uma prova cada vez mais excludente, destinada a poucas pessoas, culpada por impedir que os mais pobres entrem na universidade; o ensino superior deve ser livre, uma continuação direta das etapas anteriores do aprendizado.

É preciso lutar pelo fim do ensino privado, pelo fim dos vestibulares e por uma educação pública, gratuita e, sobretudo, para todos.

Voto impresso auditável

O problema do voto impresso e da população ter acesso a um comprovante real de confirmação de seu voto é uma questão chave na luta contra o total controle da burguesia sobre o sistema eleitoral brasileiro.

Ao contrário do que dizem setores da esquerda pequeno-burguesa, defender o voto impresso não significa defender o voto em papel. O problema da urna eletrônica não está na forma em que o cidadão vota, mas sim no que vem depois disso: a contagem.

Atualmente, após a votação, o número que aparece nos boletins de urna e, posteriormente, o número que é apresentado pela Justiça eleitoral não pode ser contestado. Tanto porque fazê-lo é extremamente difícil, necessitando de grande conhecimento técnico; quanto porque mesmo que se tenha um resultado, não é possível compará-lo a outra fonte, e é esse o problema fundamental.

Voto impresso e auditável significa: o cidadão escolhe seu candidato e, no momento em que ele confirma sua escolha, um papel é impresso por uma impressora adjacente à urna que, sem interferência humana, despejaria esse papel em uma outra urna lacrada.

Com isso, ao mesmo tempo em que o sistema do TSE registraria o voto coletado pela urna eletrônica, o voto impresso seria guardado para que o número aferido pelo sistema fosse comparado com o número aferido por meio da contagem de cada papel emitido pela urna.

É comprovado, e admitido mesmo em países imperialistas como a Alemanha, que o voto não auditável fere os princípios básicos dos direitos democráticos da população. É fato, também, que as eleições são um terreno de fraudes organizadas pela burguesia – exemplos não faltam em toda a história brasileira -, um jogo de cartas marcadas.

O processo eleitoral no Brasil deveria ser impresso, auditável, de fácil conferência, de fácil recontagem e, além de tudo, de conhecimento aberto e claro de toda população. Todo o processo eletrônico, computadorizado, dificulta o entendimento popular, camufla o sistema e abre brecha para que burguesia manobre em prol de interesses particulares.

Voto proporcional com lista fechada

O sistema de votação adotado no Brasil, o de voto proporcional em lista aberta, não existe em praticamente nenhum outro lugar do mundo – além do Brasil, apenas a Finlândia o utiliza.

Esse sistema funciona da seguinte maneira: as vagas conquistadas pelo partido ou coligação partidária são ocupadas por seus candidatos mais votados, até o número de cadeiras destinadas à agremiação. A votação de cada candidato pelo eleitor é o que determina, portanto, sua posição na lista de preferência.

Lutando por um regime o mais democrático possível, o PCO defende o voto proporcional com lista fechada: cada partido entrega uma lista com os candidatos que concorrerão à eleição. O cidadão, então, vota no Partido, e não no candidato, caso o partido tenha votos suficientes para eleger três deputados, os primeiros três candidatos da lista apresentada são eleitos.

Trata-se de uma eleição por partido, e não por candidato.