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PSTU se converte em agente do bolsonarismo na questão Palestina

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Na tarde do domingo, 29 de outubro, durante um ato em defesa da Palestina na Av. Paulista, em São Paulo, o Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU) organizou uma provocação contra o Partido da Causa Operária (PCO), impedindo o companheiro Henrique Simonard, membro do Comitê Central Nacional do Partido de fazer sua intervenção no carro de som. 

O companheiro havia apenas começado sua intervenção e quando fez uma defesa das organizações de resistência armadas palestinas, principalmente o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), militantes do PSTU interromperam sua fala e tentaram tomar-lhe o microfone. Em imagens de vídeo, vemos uma militante desta organização dizendo: “Vocês não podem falar isso” e coisas similares. Ela até alude a um acordo, nunca feito, de não mencionar as organizações de resistência armada. 

A tentativa de censura contra o PCO ou qualquer orador em um ato público, é uma medida truculenta, antidemocrática e de características reacionárias.

A censura dentro de um movimento popular, como é o caso, é uma asfixia deste movimento. Ao tentar ditar, pela força, os rumos do movimento e a posição das organizações, o PSTU mostra que não intervém para defender o povo palestino, mas seus interesses particulares. Vimos isto também na manifestação em frente ao bar Al-Janiah, em São Paulo. Naquela ocasião, o PSTU buscou direcionar a manifestação contra o governo de Lula, em vez de se concentrar no combate ao terrorismo sionista, até buscaram vaiar o representante do Partido dos Trabalhadores (PT) que estava presente na manifestação.

A posição do PSTU, além do seu caráter golpista, é sectária. Ao invés de colaborar para uma frente única de todos os setores que defendem a Palestina, com as suas mais diversas políticas e bandeiras, busca excluir o PT, o PCO e até mesmo, segundo nos informaram, tentam excluir organizações dos povos de origem árabe. A organização morenista atua como um agente de confusão e discórdia dentro do movimento, com uma política golpista, oportunista e de verdadeira sabotagem da luta em defesa da causa palestina. 

Infelizmente, não acaba aí a extensão negativa da política levada adiante pelo PSTU e seus satélites. A defesa do Hamas e de outras organizações de resistência armada se tornou uma questão fundamental da situação política brasileira. 

Como divulgamos em outra nota oficial, após uma defesa das organizações armadas palestinas, o companheiro João Jorge Caproni Costa Pimenta, também membro do Comitê Central do PCO, está sendo perseguido por 27 deputados bolsonaristas que pediram que a Polícia Civil de São Paulo o investigue por “incitação ao crime”. Outros dois companheiros das direções estaduais do Partido, Francisco Muniz (SP) e Vinicius Rodrigues (RJ), sofreram ameaças de morte por fazerem defesas similares.

A grande justificativa para o genocídio é a de que o HAMAS seria uma organização terrorista, que teria matado 1.400 civis, decapitado 40 bebês e estuprado mulheres. Tudo isso revelou-se uma completa mentira — conforme denunciaram diversos órgãos de imprensa independentes —, mas é a incriminação do HAMAS que serve de pretexto para as atrocidades cometidas contra os palestinos e decorre daí a importância decisiva de defender o HAMAS. É preciso mostrar não apenas que essas acusações são inventadas, mas principalmente que o HAMAS é um movimento de resistência à ocupação israelense do território palestino. Os bolsonaristas-sionistas agem assim porque defendem o genocídio e o PSTU por motivos particulares, mas objetivamente também defende o genocídio. 

O verdadeiro mentor desta estratégia é o imperialismo norte-americano, afinal se as populações dos diversos países não pressionar por apoio ao Hamas, à Jihad Islâmica e aos outros grupos que estão na linha de frente da luta, os Estados nacionais capitularão e podem até atacá-los, marcando-os como terroristas e epítetos caluniosos do gênero.

Existem setores que optam por não as mencionar, numa posição que julgamos errada, mas que aceitam que outros tenham a coragem de as defendê-las. No entanto, este não é o caso do PSTU, que quer proibir a defesa do Hamas. Defender a Palestina e renegar as organizações armadas que a defendem, não é defender, mas ser contra a Palestina.

Na manifestação anterior, o presidente da organização, Zé Maria de Almeida, disse estar “na mesma trincheira militar que o Hamas” e na semana seguinte sua organização quis banir qualquer menção positiva ao grupo. O PSTU está tão assustado diante da propaganda bolsonarista que capitulou vergonhosamente diante da política bolsonarista, tornando-se um agente do bolsonarismo dentro movimento. 

Uma organização dizer que defende a Palestina e criticar os grupos que estão defendo-a de armas na mão, tem uma conduta farsesca. É como dizer que se é contra nazismo e criticar os militantes partisãos que o combatiam e que não por acaso também eram tachados como terroristas pelas forças de ocupação nazista. É um sionismo/nazismo de baixa intensidade.

O movimento em defesa da Palestina precisa de uma direção que seja democrática, que permita a diversidade de opiniões, que seja uma verdadeira frente única em sua defesa.

A Comissão Executiva do Comitê Central Nacional do PCO vem por meio desta nota dizer que não aceitará que destruam o movimento por dentro e muito menos aceitará agressão contra seus militantes e dirigentes. Qualquer tentativa de conduzir à força o movimento encontrará resposta na mesma moeda. 

Chamamos toda a esquerda a repudiar as ações do PSTU e seus satélites, por um movimento livre em defesa de uma Palestina Livre! 

Comissão Executiva do Comitê Central Nacional do Partido da Causa Operária

São Paulo, 31 de outubro de 2023