A propriedade privada é um fenômeno econômico e histórico que surgiu conforme os seres humanos desenvolveram técnicas de cultivo de plantas e domesticação de animais, conseguindo assim um excedente de produção que acabou sendo apropriado por determinados indivíduos.
O surgimento da propriedade privada e seu impacto sobre nossa vida social é estudada de maneira aprofundada no livro A Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado, de Friedrich Engels.
Durante o Paleolítico, ou ‘Estado Selvagem’ (de 4 a 8 milhões de anos atrás), os seres humanos eram basicamente caçadores-coletores que conseguiam seu sustento direto da natureza, utilizando por vezes instrumentos rudimentares.
Com a passagem para o Neolítico (entre 8 e 4 mil anos atrás), a humanidade vive a Barbárie, onde surge a agricultura, o pastoreio e a confecção de instrumentos mais refinados.
A propriedade privada mudou as relações sociais, estabeleceu o casamento monogâmico, aboliu o matriarcado, substituindo-o pelo patriarcado, ficando garantida a transmissão da herança pelo direito paterno. Até então, as riquezas produzidas, as ferramentas, eram de propriedade coletiva.
Com a propriedade privada surge também o Estado, incumbido de protegê-la. A mulher passa a ser oprimida e a sociedade se divide em classes.
“A primeira forma de família que não se baseava em condições naturais, mas econômicas, e concretamente no triunfo da propriedade privada sobre a propriedade comum primitiva, originada espontaneamente. Os gregos proclamavam abertamente que os únicos objetivos da monogamia eram a preponderância do homem na família e a procriação de filhos que só pudessem ser seus para herdar dele.” (Friedrich Engels)